sábado, 18 de janeiro de 2014

DH e a Puta das Putas

Esse é meu relacionamento com a vadia das vadias: Alanis Morissette. Aí os mais novos, como se eu fosse um velho caquético, vão perguntar: quem??! E lógico que vou contar a história dessa LINDA, mas claro, na versão "Dh's Life".Conheci Alanis meio que tardiamente, já que quando ela surgiu por meados de 1995 eu apenas tinha meus 5 anos, e não partilhava das mesmas experiencias cantadas por ela em "Jagged Little Pill", mas foi com  "Supposed Former Infatuation Junkie" lá em 1998 que eu, mesmo com 8 anos me apaixonei por aquela garota cantando nua em vário lugares sobre gratidão, até aos momentos ruins. Acho que lembro até hoje da primeira vez que vi o clipe de "Thank U" na MTV. E claro que naquela época eu não sai correndo e baixei o CD dela na "net", muito menos sai pra comprar o disco na loja. Acho que nem sabia nome dela direito. E pra esse cara aqui, ela começou a existir a partir de "Thank U". Daí eu acompanhei a carreira dela pela MTV, os clipes que saiam eu sabia quase de cor as letras, mesmo não sabendo nada de inglês. As outras músicas que não viraram clipes eram como se não existissem. Confesso que fui esquecendo de Alanis com o tempo, até porque eu era fã dela apenas pelos vídeos, e a partir do momento que ela foi sumindo da telinha, ela foi sumindo da minha vida. =(Foi só em 2005 que ela novamente entrou na minha vida. E daí pra frente ela sambou na minha cara bonito. Eu com meus 15 anos(praticamente um debutante) com todos os hormônios em ação, eclodindo. Tantas paixões não iniciadas. Coisas que queria gritar. Ela vem e me lança "Crazy", uma versão do Seal, que venha e convenhamos eu nem conhecia, então pra mim a música era dela. A faixa fazia parte de uma compilação de hits e soundtracks o "The Collection". Comprei. Já trampava mesmo, e recebia pensão do pai, então gastava meu dinheirinho basicamente com música e filmes. Pirei total em todas músicas, encontrei lá, é claro, aquelas músicas que a muito estavam escondidas na minnha mente e como se fosse fácil lá estava eu cantando elas novamente com a mesma facilidade de antes. Aí sim foi uma caça as bruxa literalmente: comprar todos os discos e DVD's que ela lançou até ali. Confesso que ficava puto quando não encontrava, e por isso fui comprando os que via por aí. Até que consegui fechar minha coleção ano passado. Com um dos discos vindo direto from UK já que aqui no BRAZIL não se fabricaria mais. Foi como mágica sentar um dia diante toda a minha sala, no escuro, com o som no talo escutar um por um na sequencia de lançamento e perceber o quanto aquela mulher podia descrever a minha vida em suas músicas. Tipo, ok, aquele que acha que as músicas foram feitas pra ele. Saber que que eu poderia enviar a letra de "You Oughta Know" àquele primeiro amor que ligou o foda-se e me mandou pra longe sem se ligar nos meus sentimentos. Ou então escutar "Forgiven" e não lembrar de meus tempos de católico fervoroso. Ter seu primeiro termino de namoro exposto em "Your House" era coisa pra poucos. Tentar entender os muitos caminhos que a religião traça em cada ser em "Baba". Ver um pouco do seu relacionamento paterno ali em "The Couch". Fazer de "That I Would Be Good" seu mantra diário. Ser apresentado a uma das melhores bandas EVER diante a versão dela de "King of Pain" do "The Police". Ter representado em "No Pressure Over Cappuccino", especificamente na hora que ela "me compara" com Noé uma parte de sua vida. Ver que não é só você que tem grandes expectativas diante as pessoas em "Precious Illusions". Poder dizer que "Utopia" é sua música preferida de todos os tempos. Arranjo, letra, emoção, tudo isso numa música só??! Mostrar meu ponto de vista sobre toda a pressão que eu estava sentindo no final de minha facul em "So-Called Chaos". "Excuses" mostra muito bem o período de covardia que passei na transição do EM para o Superior (These excuses, how they served me so well.). Com o disco "Flavors of Entanglement" todo ela me ensinou como a maturidade reflete nos nossos problemas pessoais. E que cada fase reflete uma forma de encarar as soluções. Ás vezes pode ser gritando e machucando os outros como fizeram conosco (Jagged Little Pill) ou com o amadurecimento dos nossos sentimentos podemos apenas mostrar pra quem nos machucou e pra nós mesmos o quanto o tempo nos fez bem e nos transformou em alguém seguro e que pode reger sua vida amando-se em primeiro lugar (Flavors of Entanglement).Poderia ficar aqui mostrando como cada música dela tem um significado em minha pequena vida e como fará parte eternamente, mas eu ficaria cansado e também eu não quero escrever um livro sobre isso, só mostrar meu amor por essa puta linda. E mostrar aos demais como ela é talentosa e magnífica no que se propõe a fazer.


E bicho, depois de 18 anos, só no  mainstream, ela consegue arrastar multidões ao seus shows, encantar novas pessoas e ainda lançar um excelente álbum de inéditas, é um sinal que ela continua atual e que tá aí pra fazer nossos corações pirarem a cada novo riff ou sintetizador. Pra falar de amor, rancor, alegrias, angustias, paixões, términos, maternidade, casamento, fama, religião, e acima de tudo da VIDA. HABL é um disco coeso, apesar de que eu esperava muito mais dele, mas expectativas sempre matam um pouco com qualquer coisa, porém com o tempo ele se mostrou um disco bem bom. As letras continuam diretas e cheias de significados, mas claro a maternidade e o sentimento "mãe" aflorou demais, o que não é totalmente ruim, mas peca por ser cansativo quanto ao tema. Acho que não estávamos acostumados a ver essa Alanis feliz. Olha que horror... LOL. Se eu fosse indicar uma música, acho que indicaria a minha preferida do disco por mostrar um pouco da Alanis do passado mesclada com essa "nova" Alanis: "Edge Of Evolution". Vi essa música ao vivo e olha, pelo amor que paixão com que ela canta.

Acho que é por isso que Alanis escreve tão bem e descreve tão bem as histórias pessoais de milhões de pessoas: ela escreve sobre sentimentos comuns da vida. Coisas que podem acontecer a qualquer um. Com certeza você se identificará com alguma música. 

Um comentário:

Unknown disse...

Rapaz, parabéns pelo texto! Poucos jovens, como você parece ser, sabem o que é boa música. No entanto você vai contra essa cultura gostando desse ícone.
Uma das coisas que mais me deram dó em relação a "morte" do Orkut, era uma comunidade que tinha chamada "Analisando Alanis Morissette", onde nós, os fãs fervorosos, debatiamos sobre os significados das letyras dela. Uma pena ter acabado.